A mãe do noivo

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A mãe… do noivo

Outro dia, na loja, uma cliente me cobrou: “Você encerrou um dos seus artigos dizendo que, mais difícil que o papel da mãe da noiva, era o papel da mãe do noivo…Você não vai falar sobre ela?”

Na verdade eu não pretendia tratar do tema. O que falar, de novo, a respeito da mãe do noivo, da sogra…daquela quase sempre rotulada como a possessiva, a controladora, a intrometida…? Mas já que foi lançado o desafio, começo passando a bola: será que você ou alguma noiva já se colocou no papel da sogra? Então vamos voltar no tempo…

Muitos anos atrás, ela era jovem como você… parece incrível, mas ela já foi jovem como você! E soube que estava esperando um bebê… Aliás, o laboratório só fez confirmar, porque, bem antes disso, ela já sentia a presença dele… aquela presença que ainda não era nada pra nenhuma outra pessoa. E, naquele momento mesmo, ela se deu conta de toda a transformação que se daria em sua vida. Foi quando teve certeza de que nunca mais seria só uma, mas que se desdobraria na vida ainda incipiente daquela criaturinha que trazia no ventre.

E foi isso mesmo que aconteceu: durante vinte, trinta anos, o centro de sua vida foi ele, o filho. Foi principalmente por ele e para ele que ela viveu. Essa é a história da maioria das mães. Como se diz, só muda o endereço.Veja que não estou falando de exceções, mães solteiras, viúvas ou divorciadas apenas, de mães de filhos únicos. Estou falando também de mães em lares estáveis e felizes, com bons maridos, com outros filhos. Pois cada filho é sempre o centro da vida da mãe…Tenha ele 3 ou 30 anos, as preocupações são diferentes apenas… Se ele já saiu, onde está, quando volta… se escovou os dentes, se já fez as lições, quem são suas companhias, se foi bem na entrevista, se está firme no emprego. Muitas mães abdicam de suas carreiras ou as restringem por não conseguir conciliar trabalho e filhos. Ou por achar que não conseguem…

O filho cresce… e surge você! E o filho decide se casar! Conformada, ela pode até dizer: “a gente cria os filhos é pro mundo mesmo!” mas quase sempre é sem muita convicção… Provavelmente, ela não será consultada nem sobre o dia, o local, nem sobre o estilo da cerimônia, como acontece com a mãe da noiva, embora quase sempre seja chamada a contribuir financeiramente para o evento. O bufê quem escolhe é o pai da noiva, a decoração, a mãe da noiva… A música vai ser a do mesmo conjunto do casamento da irmã da noiva… e foto e filmagem, aquele mesmo que atuou no casamento da melhor amiga…da noiva… Quem decide sobre a lista de convidados senão a noiva!

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Se nem mesmo o noivo é muito consultado, a não ser pra viagem, os convites e o carro, imagine a mãe do noivo?.

Está certo que quem resolve como e quanto pagar o apartamento é o noivo. Mas quem é que dá a palavra final na escolha? E você já viu alguma noiva escolher tal apartamento porque é perto da casa da sogra?

Do vestido da noiva, nem pensar, ela não pode nem chegar perto! Nem tentar imaginar como vai ser! Lógico, se nem mesmo sobre o traje do filho ela pode dar palpite! Até sobre a cor da própria roupa ela às vezes não opina. Foi a noiva quem decidiu que do lado do noivo todas devem ir de azul! Se por acaso as madrinhas e mães ficam livres, ela não será nunca a primeira a escolher a cor: esse privilégio cabe à mãe… da noiva!

Na hora da entrada ela tem, sim, destaque e entra de braço dado com o filho pela nave central… Mas é a mãe da noiva a mais fotografada, é a mãe da noiva a mais filmada, porque é ela quem fica todo o tempo ao lado da filha.

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Isso é o padrão, embora haja exceções, claro. O melhor que a sogra tem a fazer quando assim acontece? Aceitar! Não como coitada, como mártir, simplesmente como experiente dos fatos da vida, sabendo que o que acontece não é por má sorte sua, nem por ruindade da nora.

E não é porque ficou excluída dos preparativos do casamento que estará excluída da vida deles. Vai depender muito de suas atitudes. Que ela fique na retaguarda e faça-se útil quando for chamada, seja amiga, seja conciliadora. Que ela tenha a maturidade de saber que o amor que o filho lhe dedica é único, não maior, não menor do que o que dedica à noiva, mas diferente.

Mas deixe que lhe diga uma coisa: tudo isso que estou contando é de ouvir falar, é de tanto observar, é de tanto ouvir reclamação e não por experiências negativas que eu tenha vivido. Ao contrário, na minha família era tanta a afinidade entre minha mãe e minha cunhada que mesmo na hora do parto ela quis a sogra perto! E eu mesma, convivi por quase trinta anos com minha sogra, sem nunca ter tido desavenças com ela, antes ou depois do casamento.

Bondade das noras? Sim. Mas com certeza, muita sabedoria das sogras, que souberam entender que as mulheres de seus filhos os amavam também muito e queriam o bem deles tanto quanto elas. E se às vezes se mostravam um pouco intransigentes, exclusivistas ou pouco generosas não era por maldade, mas por estar tentando demarcar seu espaço no ambiente da família e no coração dos seus maridos. E por um grande medo de perder a identidade, ao entrar num ambiente familiar, já tão sedimentado por estreitos laços afetivos e pelo tempo.

Deus dê a vocês, noivas, e às suas sogras muita luz! Isso é bom pra alicerçar o casamento!

E que Ele não se esqueça de mim, mãe de três filhos…homens!

Élide Helzel
Élide Helzel

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