Que o casamento é basicamente cumplicidade, estamos carecas de saber. Mas onde começa essa cumplicidade? Se você pensar um pouco nos filmes, quantas e quantas vezes já se viu dois personagens que são cúmplices. Mas o que realmente isso quer dizer?
Uma explicação curta e grossa é: Vamos a fazer a coisa de um jeito em que você possa me defender e eu possa defender você. E nossas razões serão só nossas…
Olhares incompreensíveis para quem vê de fora, pequenos segredos ditos ao pé do ouvido, sonhos sonhados em conjunto. Mais do que uma parceria, a cumplicidade tem sentimento, é densa! E o casamento que tem a cumplicidade como base jamais estremece.
A cumplicidade exige um conhecimento profundo de si e do outro, quando quase que se sabe o que o outro pensa. Ela aflora bem antes do vestido de noiva, quando a descoberta e, principalmente, a aceitação do outro é verdadeira e não exige nenhum grande sacrifício. Desperta quando se percebe que a sintonia é muito forte, quando o egoísmo fica de fora, quando a paixão evapora e o que resta é a essência pura e simples. Não que não haja uma trajetória até mesmo complicada para que os limites de cada um sejam preservados e respeitados. É natural para o ser humano porque faz parte dele sempre querer mais, mas a cumplicidade faz com que se queira mais – para os dois!
Existe um canção portuguesa, na verdade um fado, com o nome “Só nós dois” de autoria de Joaquim Pimentel, que nos conta que há um segredo… A música começa dizendo: – Só nós dois é que sabemos… Com palavras bem simples, o autor da letra traduz esse sentimento compreendido apenas por quem um dia já vivenciou essa sensação de entrega mútua. E que essa cumplicidade permaneça!