Querida noiva bailarina,
Acompanhei grande parte de sua trajetória… Dos primeiros “pliès” aos primeiros “tutus”, do sapateado à primeira sapatilha de ponta. Estava lá quando você fez quinze anos e faço uma boa ideia de quantas coreografias você, incansavelmente ensaiou, para se apresentar em tantos espetáculos. Você se transformou de uma pequena bailarina em uma mulher preparada para novos desafios. E eis que um grande desafio se aproxima. Seu casamento! E quando me refiro ao casamento, estou falando do que vem depois da cerimônia e da recepção. Estou falando do resto de sua vida…
O sentimento será praticamente o mesmo de estar na coxia, ouvindo os primeiros acordes da sua próxima entrada… e sentir aquele friozinho na barriga. Um mix de ansiedade, felicidade e até uma ponta de medinho.
Ouça a música que a vida oferece e use seu coração para coreografá-la. Essa será a coreografia da sua vida! Saiba que nem só de “pas de deux” é feito um espetáculo. Às vezes, é preciso um pouco de “street dance” Esteja pronta. Respire fundo e concentre-se. Você tem técnica suficiente para ousar sequencias mais complicadas se a vida exigir. Sorria! Seu sorriso é lindo e apenas o tango não permite sorrisos. Você não precisa dançar nenhum tango.
Desejo que seu partner saiba ser o suporte que você precisará eventualmente e que, apesar dos solos serem divinos, seu palco seja compartilhado com suas amigas bailas. Desejo que você sempre brilhe!
Dance (viva) intensamente! Dance (viva) com alegria! Eu estarei sempre aplaudindo!
“Você é aquilo que ninguém vê. Uma coleção de histórias, estórias, memórias, dores, delícias, pecados, bondades, tragédias, sucessos, sentimentos e pensamentos. Se definir é se limitar. Você é um eterno parênteses em aberto, enquanto sua eternidade durar!…” (Machado de Assis)